Pular para o conteúdo principal

Otto Frank, teorias da internet

Oi, galera! No post anterior falei sobre mãe de Anne, Edith, e hoje irei falar sobre teorias que rondam pela internet sobre o pai da Anne, Otto Frank.
Muitos se perguntam: será que Otto modificou o diário?
Quando regressou de Auschwitz, Otto Frank soube que era o único sobrevivente da família e amigos, com quem viveu no Anexo Secreto. Segundo suas próprias palavras, havia encontrado o diário da filha (na antiga casa) e decidiu publicá-lo pelo seu valor de documento histórico. Porém, há pessoas que defendem que o tão importante diário, pode não ter sido escrito pela mão de Anne Frank.
Os questionamentos e dúvidas começaram nos anos 50,  até colocaram em causa que fosse realmente Anne Frank, a autora do diário. Seria possível nunca ninguém a ter visto escrever? Segundo Otto, ninguém tinha conhecimento disso. E como, com apenas 13 anos, fechada e com acesso limitado à informação, era capaz de tantas reflexões filosóficas e descrições sobre a guerra? Esse foi o início de muitas contradições sobre o tão famoso diário.
Na mesma época, especialistas do American Council Letter, do próprio tribunal e grafologistas, analisaram os textos e afirmaram que estes não tinham sido obra da adolescente. Alegavam letra diferente, além de várias passagens estarem escritas com um tipo de caneta esferográfica inventada anos depois. Confrontado com os fatos, Otto declarou que não revelou os originais, porque Anne tecia duras criticas à mãe, e revelava momentos "íntimos" na sua relação com Peter. 
Em 1947, surgiu nas livrarias a primeira edição, e foi necessário pouquíssimo tempo para que se tornasse um sucesso de vendas. As suspeitas começaram nos anos 50, mas o caso acabou mesmo no tribunal. Meyer Levin criou um processo contra Otto Frank, reclamando dos direitos de autor do diário e a falta de pagamento pelo trabalho. O escritor judeu ganhou o caso, tendo o pai de Anne sido condenado a pagar 50.000 dólares.
Otto Frank
Outras vozes contestam estas provas, e alegam que as investigações provaram a autenticidade do livro. Otto deixou indicações de que "os cortes" só poderiam ser revelados após a sua morte. Quando isso aconteceu, em 1980, o Instituto Holandês de Documentação para a Guerra iniciou um processo para provar que Faurisson estava enganado. E conseguiu. Pouco depois, foi publicado o diário na íntegra, juntamente com os estudos realizados. Miep Gies negou durante toda a vida que o livro fosse uma fraude. Durante esses dois anos escondidos, argumentou-se, os estudos que fez e a situação por que passava levaram Anne a refletir mais seriamente sobre tudo, o que justificaria o alcance dos seus textos.
Mas independentemente dessas teorias serem verdadeiras ou falsas, Anne, juntamente com todos os outros judeus, passou por momentos terríveis e de muita tensão; coisas que jamais devem acontecer novamente. Seu diário será sempre um forte ícone da literatura, pois contém fortes depoimentos (independente de quem tenha escrito).


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Curiosidade básica!

Olá, pessoal! Como uma curiosidade, trago neste post um pouco sobre a moda judaica, em específico, feminina.  As regras de vestuário das mulheres judias são ditadas pela seção de leis judias conhecidas como "m odéstia". Exige-se que as mulheres Ortodoxas se vistam conservadoramente, por exemplo, cobrir o cabelo, comprimento apropriado das saias, vestidos e mangas, entre outros. Dependendo do grupo ao qual pertencem, as mulheres seguem todas, algumas ou nenhum dessa regras de vestuário. De acordo com a lei judia "Halacha", uma mulher casada deve se manter coberta em público. Isso é feito para mostrar que a mulher é a esposa de outro homem e que os homens não devem se aproximar dela. Uma mulher que ainda não seja casada, pode revelar seu cabelo, embora algumas mulheres Ortodoxas Modernas cubram seus cabelos também. As mulheres usam boinas, chapéus ou lenços chamados "tichels", para cobrir seus cabelos. Os "tichels" vêm em uma varied...

Família van Pels (Daan)

Oi, galera! Hoje vou falar sobre a família van Daan, que morou junto com os Franks no Anexo Secreto. ​ Hermann van Pels começa a trabalhar com Otto Frank em 1938. Miep Gies lembra-se dele como "um homem alto e encorpado" e "um tipo de pessoa muito agradável que se adaptou facilmente à rotina da empresa". Hermann adquiriu os seus conhecimentos como açougueiro trabalhando no negócio de seu pai, Aron van Pels (que era originalmente holandês). Após seu casamento com Lina Vorsänger, Aron estabeleceu-se em Gehrde, Alemanha. Lá, ele trabalhou para o seu sogro alemão, um atacadista de equipamentos e utensílios para açougues. Aron e Lina tiveram seis filhos: Max, Henny, Ida, Hermann, Klara e Meta. Hermann nasceu em 31 de março de 1898. Ele tornou-se representante da empresa do seu pai em Osnabrück, Alemanha. Hermann van Pels  Ele se casou em 5 de dezembro de 1925 com a alemã Auguste (Gusti) Röttgen. Ela se torna holandesa, porque de acordo com a lei as mulhe...

Anne Frank de Sarajevo

Oi, galera!  Zlata Filipovic Livro O diário de Zlata  Hoje vou contar um pouco sobre Zlata Filipovic, que ficou conhecida como a Anne Frank de Sarajevo por escrever o diário que iniciou aos 11 anos, às vésperas de iniciar a Guerra da Bósnia, em 1992.  Ela acabou fazendo dela a cara humana do conflito étnico que deixou 200 mil mortos ao longo de três anos.  Zlata virou escritora sem querer. Talvez se ela não morasse em Sarajevo, sua vida teria sido outra. Mas lá estava ela, no centro da Guerra da Bósnia que entristeceu o mundo nos anos 90, sendo considerada a mais sangrenta depois da Segunda Grande Guerra, pela qual Anne passou. Zlata, sem saber, dava testemunho exemplar da invasão de sua cidade, dos racionamentos, das mortes e desaparecimentos de amigos, do medo, das necessidades e das diferentes maneiras de olhar o mundo. Uma agente da UNICEF descobriu seu diário e o distribuiu pelo mundo ainda durante a Guerra! Assim, Zlata foi lida por milha...